Produtora de assentamento assistida pela Emater inaugura agroindústria de polpa de frutas em Guapó

Com adequação às exigências técnicas e jurídicas, empreendimento deve promover aumento de renda, melhoria na qualidade de produção e abertura de novos mercados | Imagem: Divulgação

O sonho de ampliar e profissionalizar a produção virou realidade para a agricultora familiar Elizabete Rosa de Oliveira, do Assentamento Canudos, em Guapó, município da Região Metropolitana de Goiânia. Produtora de polpas de frutas, ela irá inaugurar nos próximos dias uma agroindústria estruturada na mesma área de sua propriedade, com apoio do Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), que ofereceu orientações técnicas e jurídicas para a abertura do empreendimento.

Apesar de ser comum associar a produção de polpas a grandes indústrias, a atividade tem ganhado cada vez mais espaço entre estabelecimentos rurais de pequeno porte. No caso de Elizabete, cuja fazenda tem cerca de 12 hectares, com a nova infraestrutura será possível realizar tanto o plantio quanto o processamento das frutas no mesmo local. “Vai diminuir bastante o custo de produção e agregar valor ao produto, sem precisar comprar matéria-prima de terceiros”, afirma a engenheira agrônoma da Emater, Ana Rita Winder.

Por enquanto, a agricultora cultiva acerola, cajá e goiaba, adquirindo outras frutas de vizinhos ou vendedores. A expectativa é implantar novas culturas futuramente, concentrando quase toda a cadeia produtiva em sua propriedade. Parte do terreno já está sendo preparada para receber o plantio de mudas de maracujá.

Segundo Elizabete, o trabalho começa na seleção de frutas, descartando aquelas que apresentarem baixa qualidade. Em seguida são realizadas duas lavagens para retirar toda a sujeira e, assim, as frutas passam por sanitização com água clorada. Somente após essas etapas de higienização, os alimentos são despolpados e devidamente embalados. 

Além da otimização da mão de obra, a agroindústria trará outros benefícios para a produtora rural. “Geração de renda, melhoria na qualidade de produção, valorização do produto e abertura de novos mercados”, lista a extensionista da Emater, Maria Luiza da Silva Pereira. Atualmente, Elizabete comercializa as polpas para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mas a intenção é ampliar a venda para mercados não institucionais, como supermercados e mercearias.

Adequação jurídica

A regularização é uma conquista importante para o produtor rural. Com a adequação às exigências jurídicas e mercadológicas, os empreendimentos ganham força, vislumbrando o tão desejado crescimento. Com auxílio da Emater, a agricultora Elizabete conseguiu obter a certificação federal necessária expedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O registro assegura a qualidade e segurança alimentar de seus produtos, passando credibilidade aos consumidores.

A partir de 2019, a produção de polpa e suco de frutas artesanais em estabelecimento familiar rural passou a ter regulamento específico. Esses produtos precisam atender aos mesmos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pelo Mapa para polpas e sucos não artesanais. A responsabilidade técnica pelo estabelecimento pode ser exercida por técnico habilitado de instituições de extensão rural, como a Emater.

“Os profissionais da Agência foram fundamentais, me orientaram, falaram o que eu tinha que fazer e onde deveria ir”, relata Elizabete Rosa. A assessoria oferecida também contou com palestras sobre boas práticas na manipulação e processamento de alimentos e visitas em outras agroindústrias. “Fez toda a diferença ter tido esse contato e ver de perto como funciona para fazer a minha funcionar também”, acrescenta a agricultora.