Cultura do pequi movimenta agricultura familiar em Goiás

Em artigo, servidores da Emater apontam tendência de crescimento do cultivo do fruto no estado

Considerado o ouro do Cerrado, o pequi é um dos frutos mais famosos da região Centro-Oeste. A árvore, intitulada como pequizeiro, pode chegar a até 12 metros de altura e produz seus frutos de novembro a janeiro.  De acordo com a Produção da Extração Vegetal e Silvicultura (IBGE, 2017), o estado de Goiás se manteve como segundo maior em extração do fruto, com aumento de 94,44% de sua produção do ano de 2016 para 2017, perdendo apenas para o estado de Minas Gerais, que fica em primeiro lugar.

Estudante de agronomia e estagiária da Emater, Amanda Carvalho produziu um artigo sobre o potencial da produção goiana no Cerrado, em que destacou que “o esperado é que a produção de pequi aumente mais ainda nos anos seguintes, devido sua grande agregação de valor e visto que diversos autores mencionam o potencial desta espécie arbórea para sistemas agroflorestais e seu potencial também para a produção de biodiesel no Brasil”.

O gráfico abaixo mostra a quantidade de pequi em toneladas produzidas no estado do Ceará, Goiás e Minas Gerais:

Fonte: Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (IBGE, 2014 a 2017)

Agricultura familiar

A partir de seu estudo, Amanda Carvalho também ressalta a importância do pequi na agricultura familiar. “Os responsáveis pela comercialização do pequi são, muitas vezes, os próprios agricultores que realizam o plantio e vendem diretamente ao consumidor às margens das estradas. Os principais pontos de venda encontram-se nos mercados municipais, nas Ceasas ou por ambulantes em semáforos, no centro das cidades, em pontos de grande circulação de pessoas , próximos a supermercados e verdurões”.

Conforme pesquisa da Conab (gráfico 2), a produção de pequi tem um custo de aproximadamente R$ 12.225,94 para uma produção de 20 toneladas/safra na agricultura familiar, sendo que a maior despesa é no custeio da extração do produto. O custo de produção para um quilo de pequi é, em média, R$ 0,61 e a produção de uma caixa com 32 quilos, R$ 19,56. Desta forma, o produtor terá um lucro de R$ 1,32 quando a caixa for vendida a R$ 20,88 e, em contrapartida, quando a mesma for vendida a R$ 55,00, o produtor terá um lucro de R$ 35,44. Tendo como média anual de lucro de R$ 10,47, de acordo com a variação do preço médio da caixa.

Gráfico 2 – Custo de produção estimado do pequi na safra de 2016 na agricultura familiar na cidade de Iporá

Fonte: Conab, 2017

O preço médio da caixa de pequi com 32 kg comercializado no Ceasa de Goiás no ano de 2017 variou bastante entre os meses de janeiro a dezembro, isso ocorreu devido a demanda e a oferta do fruto. No mês de agosto, o preço médio chegou a R$ 55,00 a caixa, e teve uma queda nos preços nos meses seguintes (gráfico 3).

Gráfico 3 – Preço médio da caixa com 32 kg de pequi com casca no estado de Goiás no ano de 2017

Usos e formas de exploração do pequi:

O pequi é uma espécie vegetal do qual se pode extrair diversos produtos. Pode-se resumir alguns usos do pequizeiro separados por partes da árvore, tais como:

  1. Raiz: é toxica e, quando macerada, pode matar peixes;
  2. Caule: é usado na fabricação de carvão siderúrgico e nas construções civil, rural e naval;
  3. Folhas: uso medicinal, no tratamento de gripes, bronquites e doenças do fígado, e na regularização do fluxo menstrual;
  4. Casca: fabricação de sabão, ração animal, tinturaria e farinha;
  5. Castanha: é comestível e utilizada na fabricação de paçoca e óleo branco;
  6. Polpa: utilizado principalmente na culinária regional, óleos que são utilizados como condimentos, na fabricação de licores, na indústria de lubrificantes e de cosméticos (sabão, sabonete e cremes) e na tradição popular para tratar problemas respiratórios;
  7. Cultivo em sistemas agroflorestais com outras plantas nativas (favela, cagaita, mangaba, etc.) e plantas cultivadas (jaborandi, plantas cítricas, abacaxi, etc).

O artigo mencionado é uma produção da Gerência de Inteligência Territorial da Emater, com escrita da estagiária em agronomia Amanda Carvalho Monteiro e supervisão do gerente do setor, Guilherme Resende Oliveira e o analista da Emater, Adriano Silva de Faria.

Gerência de Comunicação para Inovação – Emater
Texto: Beatriz Alves | Fotos: Nivaldo Ferr
Informações à imprensa: (62) 3201-8814 / 99276-8126
comunicacao.ematergo@gmail.com
www.emater.go.gov.br