Após pastejo rotacionado, produção de leite cresce 30% por área em propriedade assistida pela Emater

Família Rosa abriu as portas da Fazenda Bom Sucesso para mostrar resultados da assistência técnica prestada pela Emater no local

Após implantação da técnica de pastejo rotacionado, a produção de leite cresceu 30% por área em apenas três meses em uma propriedade assistida pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). Os dados foram revelados durante o Dia de Campo na Fazenda Bom Sucesso, em Rianápolis, na última sexta-feira (13), e mostraram também que a família proprietária do local teve aumento em seus rendimentos, trazendo maior qualidade de vida para todos.

Com cerca de 150 participantes, entre estudantes de cursos das ciências agrárias, profissionais da agropecuária e outros interessados pela área, o evento contou com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que também realiza acompanhamento na propriedade.

A programação foi composta por palestras para apresentar detalhadamente as ações realizadas na fazenda e o sucesso dos resultados obtidos, que transformaram o local em Unidade de Referência Tecnológica (URT). “Nosso maior interesse é que o produtor, porta-voz de toda a sociedade, ganhe com esse conhecimento. Não adianta dominarmos uma tecnologia e não a compartilharmos”, afirmou o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emater, Antelmo Teixeira.

A primeira apresentação, ministrada pela engenheira agrônoma da Embrapa, Fernanda Mara Freitas, falou sobre tipos de forrageiras, como BRS Quênia e BRS Zuri, tratando de suas propriedades e benefícios. As duas cultivares, desenvolvidas pela Empresa, caracterizam-se pela facilidade de manejo, resistência a algumas pragas e doenças e disponibilidade de um alimento mais nutritivo para o gado. As variedades fazem parte do projeto que está sendo executado na Fazenda Bom Sucesso.

Em seguida, o professor do Instituto Federal Goiano (IFGoiano), Adalto Linhares, abordou questões relacionadas à fertilidade do solo e manejo de pastagens. Ele ressaltou a importância da adubação e mostrou alguns números relativos às despesas com o pasto. “O custo de produção é quanto você gastou por unidade de produção ou unidade de cabeça. Hoje, temos aqui um pasto bem manejado e adubado por R$ 10 a R$ 15 por hectare”, apontou.

Resultados

Ao lado do técnico da Emater, Quintino Moreira, o filho mais velho da família, Tales Rosa, exibiu os dados registrados na propriedade após as mudanças técnicas. Os trabalhos foram iniciados em dezembro de 2018, com a correção do solo, e no mês seguinte foi realizada adubação com Fosfato Monoamônico, um dos mais importantes nutrientes para as pastagens. No entanto, segundo Moreira, as condições climáticas não foram favoráveis, levando-os a utilizar cobertura nitrogenada, o que trouxe melhores resultados.

Em dezembro de 2019 foi implementado o pastejo rotacionado, um sistema em que a área da pastagem é dividida em piquetes, que são submetidos a intervalos alternados de pastejo e descanso, trazendo melhor aproveitamento da forragem produzida e maior longevidade de capins.

No início do rodízio, a fazenda com 21 animais produzia diariamente 35 litros de leite por área. Três meses depois, o número saltou para 50 litros diários, correspondendo a um crescimento de 30%. Quintino explicou ainda que houve um acréscimo de animais de 2,33 unidade de animal por hectare para sete unidades de animal por hectare.

Com o aumento da produtividade, houve consequentemente uma elevação nos rendimentos mensais da família Rosa. O maior volume de leite viabilizou o desenvolvimento de novas fontes de renda, como a produção de queijos artesanais, vendidos por R$ 12,50 o quilo. Conforme o levantamento divulgado, a produção diária de dois quilos acarretou em um lucro de R$ 2.159,76 em 180 dias. O material já adquiriu um selo de certificação de qualidade, agregando valor ao produto.

Tales Rosa, que terminará sua graduação em Zootecnia neste ano, finalizou a apresentação atentando para a importância do acompanhamento técnico de profissionais especializados e da elaboração de um cronograma de ações. “Precisamos saber exatamente o que vamos gastar, planejar tudo que formos fazer e principalmente ter um técnico sempre presente para nos auxiliar”, destacou.

Homenagem

Durante a programação do Dia de Campo, a matriarca da família Rosa surpreendeu a todos com uma bela homenagem à Emater e ao extensionista Quintino Moreira pelas mudanças ocorridas em sua vida. Uma carta escrita por ela e seus familiares foi projetada na tela, enquanto a produtora rural relatou sobre como as transformações trouxeram melhorias para eles.

“Quintino, você que fez a diferença na vida da minha família. Eu era aquela mulher que mal conversava e não tinha às vezes nenhum sapato para calçar”, disse emocionada. Na carta, constavam os dizeres: “Você nos fez ter uma nova visão do campo, mostrando que tem como empreender no espaço rural. Sua ajuda como técnico da Emater foi de extrema importância em nossa vida, não só na área rural mas também na financeira”.


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