Cadeia do queijo é fortalecida por Selo de Inovação Rural, da Emater

Oferecer a produtores rurais atendidos pela Agência um diferencial de mercado. Este é o objetivo do Selo de Inovação Rural, certificação de boas práticas de produção e inovação concedido pela Emater Goiás.

O selo foi lançado oficialmente em 2017 e, de acordo com a supervisora de Desenvolvimento Social da Emater, Janete Alves, seu objetivo é agregar valor ao produto. “Além do componente da inovação, a função da certificação é garantir ao consumidor final que o alimento foi produzido de acordo com fiscalização prévia industrial e sanitária.”

Um setor muito beneficiado com a iniciativa é o queijeiro. Desde 2016 receberam o selo a Queijaria Bom Jardim, a Muçarela Bela Vista, a agroindústria de pimenta da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Região do Bom Sucesso (Apro-Bom), em Nazário; o Mel de Porangatu; o Mel de Formosa e as hortaliças orgânicas cultivadas em Águas Lindas de Goiás.

Valor agregado e valorização

Elaneida Celestina de Souza Resende é a responsável pela Queijaria Bom Jardim, agroindústria familiar de Mineiros. Ao lado do marido e de dois filhos, produz queijos tipo minas curado, ralado, cabacinha, nozinho, em trança e muçarela, além de requeijão.

Para Elaneida, receber o selo “significou muito”. “Quando a Márcia e o Paulo [técnicos da unidade local da Emater em Mineiros] propuseram a ideia, fiquei emocionada. Vivo e produzo na zona rural. Ter esse reconhecimento da Agência é muito importante.”

Para além da felicidade por ter seu produto reconhecido, a produtora destaca um dos pontos mais importantes do projeto: o valor agregado imputado pelo selo. “Nossos queijos passaram a ser melhor valorizados depois de receber a certificação. A demanda está tão grande que quase não estamos conseguindo atender.”

Da Itália para Mineiros

Um dos carros chefes fabricados pela Queijaria Bom Jardim é o queijo cabacinha, alimento de origem italiana que inicialmente era feito de leite de jumenta para alimentar os povos nômades durante as viagens. O formato de cabaça é resultado da forma como o queijo era transportado, dentro de cabaças. O produto era amarrado em pares e pendurados numa vara de madeira sobre os cavalos para secar.

O modo de produção do queijo cabacinha foi repassado de geração para geração. No Brasil, o queijo é tradicional no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O território é declarado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como principal região produtora deste tipo de queijo no país.

O estado de Goiás também conta com um potencial grupo de produtores do queijo cabacinha, no município de Mineiros. Desde 2011, a Emater, em conjunto com outras instituições parceiras, trabalha para a implantação do Selo de Indicação Geográfica (Selo IG) do Queijo Cabacinha, na região das nascentes do Araguaia.

Assistência para inovação

Elaneida Celestino relata que a Emater sempre esteve presente na propriedade, promovendo orientação por meio de cursos e da assistência técnica. “A gente toda vida foi auxiliada pela Agência e sem isto não teríamos conseguida nada. Aprendemos, inclusive, sobre a escolha do animal para ordenhar e as boas práticas agrícolas para a produção de alimentos”, destaca.

O técnico da Emater, Paulo César de Albuquerque acompanhou de perto o desenvolvimento da Queijaria Bom Jardim. Ele conta que uma das principais demandas da queijaria dizia respeito à regularização do trabalho. Dentro deste contexto, por meio da mobilização de produtores, servidores da Emater e do Sindicato Rural, a Prefeitura implantou o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) em 2010. Paulo César destaca ainda que ter o SIM em seus produtos e ter boas práticas agrícolas foram os diferenciais que levaram a escolha das agroindústrias para receberam o selo.

Importante para o município

Para a secretária Municipal de Agropecuária, Indústria, Comércio e Serviços de Mineiros, Priscila de Carvalho Bueno, “o selo contribui com agregação de valor e importância dos produtos, e consequentemente, colabora com o desenvolvimento da produção familiar”.

A secretária ainda acrescenta que os consumidores estão cada vez mais preocupados com questões relacionadas a qualidade, segurança e proteção ambiental. Logo, dentro deste contexto, o produto feito de forma artesanal e com certificação passa a ser mais valorizado.

Mulheres exemplares

Ao lado de Elaneida, Telma Lúcia Ferreira também foi pioneira na implantação do SIM, serviço responsável por inspecionar e realizar fiscalização prévia industrial e sanitária de produtos de origem animal no âmbito que compete ao município. A adesão foi fundamental para que a Muçarela Bela Vista, sua agroindústria, recebesse o Selo de Inovação Rural.

Para a secretária Priscila, “dois adjetivos descrevem bem as produtoras: perseverança e dedicação. Quem conheceu a realidade dessas agroindústrias antes da assistência técnica e antes do registro junto ao SIM e vê como estão hoje pode afirmar, com toda certeza, que elas estão no caminho certo e são exemplos magníficos de como é possível introduzir os alimentos da produção familiar no mercado altamente competitivo”.

Como receber o selo

Produtores e agroindústrias interessadas em receber o Selo de Inovação Rural devem procurar a Unidade Local da Emater mais próxima. Será realizado um cadastro e a equipe gestora iniciará um processo de avaliação dos produtos e empresas. D

Gerência de Comunicação para Inovação – Emater
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