Cultura de tecidos: saiba como é o processo da multiplicação in vitro de mudas de banana no laboratório da Emater

Principal objetivo da técnica é gerar plantas limpas de microrganismos nocivos

No episódio de hoje (26/04) do Campo de Saber, série de webinários da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), a pesquisadora da Estação Experimental Nativas do Cerrado, Maurízia Carneiro, apresentou o processo de produção de mudas de banana por meio da cultura de tecidos, uma técnica de clonagem de plantas por multiplicação in vitro.

A cultura de tecidos tem como principal objetivo produzir um alto número de mudas num curto espaço de tempo. Essa técnica mantém a característica genética da planta original, mas é utilizada para limpá-la de microrganismos nocivos.

Logo de início, a pesquisadora aproveitou para destacar a importância da produção de mudas de banana em laboratório. “Nós sabemos que a banana é uma planta de difícil reprodução porque ela não tem sementes. É nesse momento que surge a necessidade de se fazer um trabalho de multiplicação intensivo para a produção dessas mudas num formato diferenciado do que se tem hoje”, explica Maurízia.

O primeiro passo da produção de mudas por cultura de tecidos da banana é a seleção da muda, que deve ser tipo chifrinho ou chifre. Depois disso, a muda deve ser retirada da terra com os devidos cuidados para não estragar a parte subterrânea da planta. Após essa retirada, a muda passa por um processo de limpeza, no qual são excluídos os excessos de raízes e a planta recebe um jato de água para tirar as impurezas que vêm junto com a terra.

Segundo Maurízia, para a multiplicação em laboratório, é necessário ter uma muda com o pseudocale e o rizoma em diferentes condições. “É preciso que essa muda venha para o laboratório diminuída de tamanho, retirado o excesso de folhas e que esteja totalmente limpa. No laboratório, vamos reduzir ainda mais o tamanho dessa planta, de tal forma que consigamos manter o meristema apical, tendo, assim, o que chamamos de explante”, ressalva.

Após esses processos, é necessário fazer a desinfestação do explante, para que ele possa ser estabelecido no meio de cultura. “Novamente, o meristema apical é reduzido de tamanho até chegar a mais ou menos três centímetros de altura, e aí ele passa por uma lavagem com álcool 70% por um minuto; e com hipoclorito 2% por 20 minutos. Assim que a limpeza é feita, o explante vai para a câmara de fluxo laminar, para ser lavado novamente”, completa.

Depois da realização da limpeza, é dado início ao processo de novos cortes para a redução do tamanho do explante, para que ele possa ser colocado em um meio de cultura, sempre respeitando o espaço onde fica o meristema apical. “O meio de cultura é exatamente tudo aquilo que a planta precisa para seu desenvolvimento com macronutrientes, micronutrientes, vitaminas e os hormônios chamados de fito reguladores”, ressalta Maurízia.

As mudas de banana ainda passam por alguns processos como alongamento, enraizamento e aclimatização antes de estarem prontas para irem a campo.

Para saber mais sobre a produção em laboratório de mudas de banana realizada pela Emater, assista ao vídeo completo:

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