Emater e Embrapa Cerrados lançam pequi sem espinhos

Durante o evento também foram anunciadas duas publicações com orientações sobre as cultivares

A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – unidade Cerrados (Embrapa Cerrados) lançaram, nesta quarta-feira (09), seis novas variedades de pequi, sendo três com espinhos e três sem. A cerimônia de lançamento ocorreu no Centro de Tecnologia e Capacitação da Emater (Centrer).

As seis cultivares são resultado de duas décadas e meia de pesquisa realizada em parceria pelas instituições para atender uma demanda dos produtores rurais. Os trabalhos de pesquisa foram coordenados pela pesquisadora da Emater, Dra. Elainy Pereira, e pelo pesquisador Dr. Ailton Pereira, da Embrapa Cerrados, na Estação Experimental Nativas do Cerrado, em Goiânia, e na Estação Experimental de Anápolis.

O presidente da Emater, Pedro Leonardo Rezende, ressaltou a importância das pesquisas e lançamento das seis cultivares como agregador de renda nas propriedades rurais e na cadeia produtiva do turismo goiano, posicionando o Estado como protagonista no cultivo do fruto. Além de seu aspecto sustentável, por ser uma espécie nativa do Cerrado.

“Celebramos essa importante entrega que é fruto da parceria entre a Emater Goiás e a Embrapa Cerrados, que é histórica e tem sido essencial. Nós apresentamos essas tecnologias relacionadas ao pequi, mas temos parceria para desenvolvimento, validação e difusão de várias outras culturas que chegam ao produtor rural”, disse Pedro Leonardo, destacando a importância da pesquisa pública. 


Fábio Faleiro, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, destacou o pequi como símbolo cultural e ambiental do Cerrado, além do papel social das instituições de pesquisa pública. “É uma sensação de dever cumprido entregar para a sociedade tecnologias que irão impactar do ponto de vista social, econômico e ambiental”.

O evento contou também com a presença de autoridades, como Antônio Carlos de Souza, diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Goiás (Sebrae); Dirceu Borges, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás); Rolando Vargas, gerente de Tecnologia e Inovação no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Goiás). 

O diretor-superintendente do Sebrae, Antônio Carlos de Souza, aproveitou a ocasião para lançar o 1º Festival de Pequi, Queijo e Cachaça de Goiás, que irá ocorrer em 2023, uma realização da Sebrae em parceria com a Emater, Embrapa, Senar, Fecomércio, Goiás Fomento, Abrasel e Sistema Fieg. 

“Esse é um projeto que está em construção e é uma forma de buscarmos o fortalecimento da pauta e da importância desses produtos. Na identificação geográfica, na promoção do turismo e na interncionalização”, declarou Antônio Carlos.

A sensibilidade dos produtores em buscar preservar e difundir o pequi sem espinhos foi destaque na fala de Elainy Botelho, além do trabalho fundamental dos técnicos e escritórios locais da Emater para dar início às pesquisas. “Se não houvesse produtores com a sensibilidade deles, se não houvesse um técnico e um escritório local como ponte e se não fossem as instituições públicas, hoje não estaríamos aqui com esse resultado”. 

Ao final, o pesquisador Ailton Pereira apresentou as publicações lançadas de forma virtual “Orientações para o cultivo do pequizeiro” e “Cultivares do pequizeiro”, de autoria dos pesquisadores, que trazem informações gerais e orientações para o cultivo das seis novas variedades de pequi.

Mais informações sobre o lançamento do pequi sem espinhos e como adquirir as mudas estão disponíveis no site da Emater: www.emater.go.gov.br.

Sobre a pesquisa

O trabalho de pesquisa sobre o pequi sem espinhos é uma parceria entre a Emater e a Embrapa Cerrados e partiu da demanda de produtores goianos, por pequizeiros mais rentáveis e frutos comerciais, e da sociedade, por frutos com polpa carnuda e saborosa. Foi isso que originou as pesquisas de clonagem, que se iniciaram com a propagação de mudas por sementes, estaquia e enxertia. 

As entidades parceiras visitavam as propriedades que cultivavam pequizeiros para tirar a  raça da planta. Foi nesse processo que os pesquisadores tiveram acesso ao pequi sem espinhos, encontrado na natureza.

Como o trabalho de clonagem e enxertia já vinha sendo desenvolvido pelos pesquisadores, foram feitos vinte clones do pequizeiro que produzia os frutos sem espinhos. As mudas foram plantadas no banco de germoplasmas da Emater – que hoje possui mais de 1600 pequizeiros – e as plantas foram avaliadas durante anos, tornando possível multiplicar os pés e apurar a qualidade do fruto.

Agora, as mudas de plantas que produzem pequis sem espinhos e também pequis com espinhos, mas de qualidade ímpar, são entregues à sociedade, com as devidas instruções e informações para o correto manejo do material.

As seis cultivares de pequi que serão lançadas foram registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em abril deste ano.


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